Vocês sabiam que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia:
- Uma pessoa morre a cada dois minutos no Brasil em decorrência de doenças cardiovasculares como infarto, aneurisma e derrame?
- E que a hipertensão arterial é responsável por 40% dos óbitos por acidente vascular cerebral e 25% por doença arterial coronariana?
Esses dados assustadores revelam a pequena atenção que a nossa sociedade tem tido com sua saúde.
Neste post, dentre os fatores conhecidos que podem colaborar para o aparecimento de doenças cardiovasculares, focarei na obesidade e na patologia hipertensão arterial.
A comunidade científica tem dedicado vários estudos à correlação entre a obesidade e a hipertensão, onde ficou demonstrada uma forte conexão entre o ganho exagerado de peso e o aumento da pressão arterial. Em um estudo feito por Framingham, estimou-se que cada quilo de peso a mais eleva a pressão arterial em 1mmHg.
Fatores que levam à hipertensão arterial
O aumento de sódio na alimentação, e aumento do débito cardíaco (volume de sangue que é bombeado a cada um minuto), do sistema renina-aldosterona, dos níveis de insulina, da atividade simpática e da volemia (volume total de sangue circulante) são alguns fatores que explicam a associação ente a obesidade e a hipertensão arterial.
A retenção de sódio e o aumento do volume extracelular são fatores críticos para o aumento da pressão arterial, em razão da elevação da renina plasmática, da atividade da enzima conversora de angiotensina (ACE), do angiotensinogênio e da concentração plasmática de angiotensina 2. Também que as taxas de aldosterona em indivíduos obesos e hipertensos encontram-se aumentadas, principalmente nos pacientes com obesidade abdominal.
O desenvolvimento da hipertensão em obesos pode também estar associado a hiperativação do sistema nervoso simpático (SNS), importante na regulação da pressão arterial. A ingestão de refeições de alto teor energético acarreta o aumento na concentração de noradrenalina circulante, o que leva o SNS a aumentar sua atuação sobre os rins, provocando a perda da regulação da pressão sanguínea.
Outro importante fator para a hipertensão arterial em obesos é a resistência à insulina. A hiperinsulinemia pode criar mecanismos que aumentam a retenção renal de sódio, o que leva à reatividade vascular e à ativação do sistema nervoso simpático.
Isto ocorre porque a leptina (citada em alguns posts atrás) atua tanto no controle da apetite como na regulação do sistema cardiovascular. A leptina causa um aumento na atividade simpática alterando a excreção renal de sódio, favorecendo um amento na pressão arterial.
Diante do exposto, podemos concluir que a redução do peso corporal e a sua manutenção em limites saudáveis é o melhor remédio para diminuir a pressão arterial em obesos. Busque qualidade de vida! Deixe uma nutricionista cuidar do seu coração por meio da redução da sua cinturinha!!!
Post: Analice Tassoni
BIBLIOGRAFIA:
Barreto-Filho, J.A S., Krieger J.E. Genética e hipertensão arterial: conhecimento aplicado à prática clínica? Rev. Soc. Cardiol. Est. SP. 2003: 13(1) 46-55.
Beevers, G., O Brien, E., Lip, G. Y. H. Blood pressure measurement. BMJ, 2001; 5: 322: 1110-1114.
GUS, Miguel; FUCHS Flávio Danni- Obesidade e hipertensão. Arquivo Brasileiro de Cardiologia, volume 64, n°6, 1995.
http://www.abeso.org.br/pagina/213/hipertensao-e-obesidade.shtml
GUS, Miguel et al . Associação entre diferentes indicadores de obesidade e prevalência de hipertensão arterial. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v. 70, n. 2, Feb. 1998 .
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