segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Dislipidemias, Lipoproteínas e Aterosclerose

         A dislipidemia é um quadro típico de indivíduos obesos e com sobrepeso, como conseqüência de alterações no metabolismo lipídico seja por razoes genéticas e/ou pelos fatores ambientais (dieta e sedentarismo, por exemplo). Dislipidemia pode ser conceituada como alterações no perfil lipídico do organismo, principalmente em relação ao colesterol (hipercolesterolemia) e aos triglicerídeos (hipertrigliceridemia).
        A hipercolesterolemia é resultante do acúmulo de lipoproteínas (a LDL, por exemplo) no plasma. A tendência é que essa dislipidemia seja decorrente de defeitos genéticos aliados aos fatores ambientais.
 
         E a hipertrigliceridemia ocorre devido a uma redução na hidrólise dos triglicerídeos causado por alterações metabólicas, como conseqüência, há o acúmulo de quilomícrons e/ou de VLDL no compartimento plasmático.

Vale salientar alguns conceitos:

Lipoproteínas são macromoléculas designadas a transportar lipídios e facilitar o metabolismo. Têm como principais componentes o colesterol, proteínas, triglicerídeos (TGs) e fosfolipídios em porcentagens variadas. Seu precursor para a sua síntese é o TG. As lipoproteínas são sintetizadas tanto no intestino quanto no fígado.
 
Quilomícrons: são responsáveis pelo transporte dos lipídios oriundos da dieta e os que são absorvidos no intestino delgado;
 
VLDL (Very Low Density Lipoprotein): lipoproteína rica em TGs (triglicerídeos), de origem intestinal.Contém uma porcentagem significativa de TGs e menores concentrações de fosfolipídios e colesterol. Tem o papel de absorver e transportar TGs, colesterol e vitaminas lipossolúveis. É sintetizado pelo fígado.

        A ação da lipase lipoproteica sobre o VLDL converte- a em IDL (esta é removida rapidamente do plasma). Posteriormente, a medida que os TGs são hidrolisados, dão origem ao LDL.
 
LDL (Low Density Liproteins): é sintetizado a partir da conversão do VLDL e permanece por um longo tempo no plasma. Contém alto percentual de colesterol como molécula a ser transportada e uma quantidade residual de TGs.
É responsável por liberar colesterol para os tecidos que necessitam dessas moléculas para fins estruturais de suas membranas ou para a síntese hormonal. Também possui o papel de fazer a regulação da produção do colesterol.
 
HDL (High Density Lipoprotein): também é de origem das conversões do VLDL. Possui altos valores de colesterol e menores de TGs. É o principal veiculo que carrega o excesso de colesterol em direção ao tecido hepático a fim de ser eliminado do organismo.
 
         Quilomícrons ,VLDL, LDL e IDL são responsáveis pelo transporte de lipídios de origem hepática. Os que estão inseridos nos quilomícrons e VLDL possuem a presença da lipase lipoproteica (essa é a principal, mas existem várias outras enzimas que também participam) que converte o TG – armazenados em gotículas no citoplasma — em ácidos graxos que agora estão liberados para percorrer a circulação. E o glicerol é captado pelo fígado, convertido em um intermediário metabólico (di-hidroxiacetona), participando de vias metabólicas.



Classificações das Dislipidemias
 
As dislipidemias primárias são aquelas causadas por mecanismos genéticos e que necessitam da exposição de fatores ambientais para que se manifestem.

E as dislipedemias secundárias são produtos de outras patologias ou do uso de medicamentos.
Para análises bioquímicas, existem algumas outras classificações das dislipidemias.
 
          A dislipidemia pode desembocar em uma polêmica doença, a aterosclerose. É uma doença inflamatória crônica, de causas múltiplas, que ocorre em resposta à agressão do tecido endotelial em artérias de médio e grande calibre e devido a essas agressões, os lipídios podem acumular-se e impedir um fluxo normal do sangue. A aterosclerose também pode ser precursora de outras patologias, entre elas o infarto do miocárdio.

        A agressão ocorre devido a alguns fatores, entre eles: elevação de LDL, IDL, VLDL, hipertensão arterial ou tabagismo.



         De acordo com estudos epidemiológicos, a aterosclerose vem aumentando, nos últimos anos, principalmente os países em desenvolvimento, incluindo o Brasil. O excesso de peso associado ao acúmulo de gordura na região abdominal está associado à maior risco de doença aterosclerótica. A síndrome metabólica, neste caso, também está associada.

           Portanto, mudanças na composição do prato devem ser efetuadas atuando tanto para a prevenção, quanto no tratamento das dislipidemias. A eliminação do cigarro também constitui uma medida fundamental e prioritária na prevenção da aterosclerose.
 
           A prática de exercícios físicos também é bem vinda, não só para a doença aterosclerótica, como para o controle das dislipidemias e a perda de peso. A prática de exercícios físicos aeróbios promove redução dos níveis plasmáticos de TGs, aumento dos níveis de HDL-C (o colesterol “bom”), porém sem alterações significativas sobre as concentrações de LDL-C (colesterol “ ruim”).

 

Obs.: para informações mais aprofundadas sobre colesterol, lipoproteínas e os diversos tipos de dislipidemias, acesse o Blog de Colesterol! http://biocolesterol.blogspot.com/


                                                                 Post: Karen Carolina

 
Referências Bibliográficas

Ph.D., T. Manual de Bioquímica com Correlações Clínicas, São Paulo: Edgard Blücher LTDA,2003.

SPOSITO, A.; CARAMELLI, B.; FONSECA, L.; BERTOLAMI, M. IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção a Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0066-782X2007000700002&script=sci_arttext&tlng=en Acessado em 08 jan. 2011;

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