domingo, 28 de novembro de 2010

Hormônios envolvidos na obesidade - Parte I

         
          Olá, pessoal. Discorrerei sobre um tema interessante, é sobre alguns hormônios e suas implicações no controle da fome e ocorrência da obesidade!!



          Sabemos que determinar a origem da obesidade não é fácil, já que existem vários fatores que podem causá-la, ou seja, é uma doença multifatorial, como já falamos anteriormente, fatores psicológicos, culturais, genéticos, comportamentais e fisiológicos são alguns deles. Por isso, a obesidade pode ser administrada em 3 quadros: por determinação genética, metabólica ou endócrina e influenciada por fatores externos.
         Daremos ênfase no contexto endócrino, principalmente nos hormônios leptina e grelina. Estudos atuais na área de metabolismo mostram que o tecido adiposo não poder ser mais considerado somente como um armazenador de triglicerídeos, e sim como um órgão endócrino. A adiponectina, angiotensina e a leptina são algumas das várias substâncias sintetizadas pelo adipócito, célula que compõe o tecido adiposo.

         LEPTINA

           A leptina, é um peptídeo composto por 167 aminoácidos. A palavra vem do grego lephtos, que significa “magro” deixando bem claro para que veio. Possui importante ação no sistema nervoso central (nas células neuronais do hipotálamo) promovendo gasto energético e regulação da ingestão alimentar, por gerar sensação de saciedade no indivíduo, além de regular a função neuroendócrina e o metabolismo da glicose e de gorduras. Sim, é a partir da leptina que você gasta mais calorias e come menos. Seu pico de liberação ocorre à noite durante o sono. É sintetizada através do tecido adiposo, das glândula mamária, epitélio gástrico e trofoblasto placentário.

         A leptina age no organismo por meio de receptores de membrana específicos, presentes nos órgãos alvos, o ObRb (de cadeia longa, encontrado principalmente no hipotálamo) e ObRa (cadeia curta, encontrado nos órgãos, principalmente o pâncreas). Sua expressão é controlada pela insulina, glicocorticóides, citocinas pró-inflamatórias ,situações de jejum prolongado e exercícios físicos intensos.

           Como grande parte da produção de leptina ocorre no tecido adiposo, quanto maior for o número de células adiposas, maior a síntese e com isso, maior o volume de leptina circulante. Então, o que ocorre com o indivíduo obeso? Sua camada de tecido adiposo é bem mais espessa do que a camada de adipócitos de um indivíduo saudável, com isso o volume da produção de leptina poderia ser maior e como conseqüência, o gasto energético seria superior e a ingestão alimentar inferior. Porém não é isso que ocorre em um organismo obeso, infelizmente.



         A leptina é reconhecida pelo organismo por pulsações de quantidades especícasde da mesma, e quando há hiperleptinemia (excesso de leptina circulante) altera o receptor de leptina ou ocorre uma deficiência no sistema de transporte da barreira hemato-cefálica, conhecido como “resistência a leptina”, então o indivíduo a produz, mas o corpo não a reconhece. Com isso, a leptina não desempenha o seu papel de saciedade, dando origem a indivíduos que gastam menos energia e ingerem mais alimentos levando-os ao quadro de obesidade.

          GRELINA

        A grelina, da palavra ghre que significa “crescimento”, é um hormônio gastrointestinal composto por 28 aminoácidos, é produzido também em menores proporções pelo sistema nervoso central, placenta e coração. Este hormônio possui várias funções importantes como: estimulador da liberação do hormônio GH, responsável pelo crescimento; secreção lactotrófica e corticotrófica, atividade orexígena, controle da secreção ácida e motilidade gástrica, influência sobre a função endócrina pancreática e metabolismo da glicose.



        Destaca-se a função de “hormônio da fome”, ou seja é liberada para que se inicie uma refeição, dá a sensação de fome. Valores circulantes de grelina encontram-se mais altos em estados de jejum prolongado e hipoglicemia. Paradoxalmente é encontrado em níveis mais altos em indivíduos eutróficos e mais baixa em indivíduos obesos.

        Estudos demonstram que existe uma associação entre a quantidade liberada de grelina no estado pós-prandial com o alimento ingerido na refeição anterior. Foi observado que seus níveis plasmáticos foram diminuídos na ingestão de refeições ricas em carboidratos, apesar de haver um aumento de insulina circulante; e aumentado na ingestão de proteína animal e lipídeos ligados a um pequeno aumento de insulina.

 
                                                             Post: Analice Tassoni dos Santos

 
Referências Bibliográficas:

Salbe AD, Tshop MH, Delparigi A, Venti C, Tataranni PA . Negative relationship between fasting plasma ghrelin concentrations and ad libitum food intake. J Clin Endocrinol Metabol. 2004; 89(6):2951-6.

Erdmann J, Topsch R, Lippl F, Gussmann P, Schusdziarra V. Postprandial response of plasma ghrelin levels to various test meals in relation to food intake, plasma insulin, and glucose. J Clin Endocrinol Metabol. 2004; 89(6):3048-54.

ROMERO, Carla Eduarda Machado; ZANESCO, Angelina. O papel dos hormônios leptina e grelina na gênese da obesidade. Rev. Nutr., Campinas, v. 19, n. 1, Feb. 2006 . Available from . access on 21 Nov. 2010. doi: 10.1590/S1415-52732006000100009.

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