terça-feira, 23 de novembro de 2010

Obesidade - Fatores ambientais

         
          A obesidade é uma doença que têm crescido em todo o mundo e pode-se citar os fatores ambientais como um dos seus determinantes. Isso envolve hábitos alimentares, prática de atividades físicas e condições psicológicas, que contribuem para o acúmulo excessivo de gordura corpórea em indivíduos geneticamente predispostos. Ou seja, a obesidade está muito além do simples desejo de acabar com a fome ou de ser um descuido com o corpo.

 
   Fator psicológico

        Ansiedade, raiva, insegurança fruto da insatisfação com a aparência e também pela incapacidade de emagrecer, a discriminação não só entre amigos, mas principalmente por parte da família, gera uma pressão emocional muito grande para as pessoas obesas. A necessidade de esquecer esses e outros sentimentos de fracasso leva-os a desenvolver uma atitude de compensação, especificamente dentro da obesidade, ocorre uma compensação alimentar. De fato, a comida passa ser a principal fonte de prazer, o que infelizmente piora a situação, pois o ganho de peso agrava a instabilidade emocional, dando continuidade a esse ciclo.

         A compulsão alimentar é um transtorno alimentar que envolve indivíduos que comem descontroladamente uma quantidade maior de comida, em um período de no máximo duas horas, quando comparado a maioria das pessoas. Geralmente entre os obesos compulsivos, após um período de descontrole há uma busca por seguir dietas, estes ao contrário dos obesos não compulsivos, possuem maior preocupação com sua imagem, maiores chances de depressão e até mesmo síndrome do pânico.


     Estudos mostram que estresse, restrição, rejeição e outros estados emocionais negativos, levam à interrupção de autocontrole, conduzindo, assim, a escolhas alimentares inapropriadas.

   Hábitos alimentares

       As escolhas alimentares mudaram nos últimos anos, sendo importante dizer que não foram favoráveis à saúde, mas contribuem diretamente para o desenvolvimento da obesidade. Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares realizadas pelo IBGE entre 1988 e 1996, revelam mudanças nas escolhas dos brasileiros como maior compra de carnes, leite e derivados, doces e refrigerantes e menor compra de hortaliças, leguminosas e frutas. Por exemplo, houve uma redução de 30% no consumo de arroz e feijão, enquanto houve um aumento de 298% do consumo de refrigerantes (Sichieri ET AL 2003). Um dado disponibilizado pela Organização das Nações Unidas sobre as mudanças no balanço energético no Brasil, aumentou entre a década de 60 e 90, passando de 2200kcal para 3000kcal/habitante/dia. Também houve um aumento de 30% de refeições realizadas fora de casa, geralmente são em fast foods, onde as comidas são rápidas, saborosas e hiperlipídicas.


 
   Atividades físicas

 

       Qualquer movimento corporal produzido pela contração da musculatura esquelética que implique em gasto energético é a definição de atividade física, envolvendo as voluntárias, ocupacionais, de lazer, domésticas e de deslocamento.



          O avanço da tecnologia possibilitou dentro dos setores de trabalho atividades que exigem pouco da condição física dos trabalhadores. Já os momentos de lazer eram ocupados por passeios com caminhadas, as pessoas andavam de bicicleta, jogavam futebol e muitas outras opções onde era possível uma perda considerável de calorias. Atualmente as atividades preferidas exigem pouco esforço físico, como horas diante da televisão, computador e jogos, até mesmo entre os meninos, que preferem o futebol do vídeo game ao invés do de campo ou quadra. E as atividades domésticas são cada vez mais práticas até mesmo para lavar louças e roupas existem máquinas para isso. Estimativas de 1995 para a população americana mostram que aproximadamente 90% dos deslocamentos eram feitos por automóveis que, em 68% dos casos, incluíam um único ocupante. Especialmente nas grandes cidades, além do maior acesso a automóveis é possível fazer comprar pela internet ou pedir entrega em casa.


 
         Apesar de tudo isso, é importante ressaltar que a procura por hábitos saudáveis tem crescido e isso está relacionado diretamente com o desejo por melhor qualidade no estilo de vida, pois cada vez mais as pessoas têm ficado doentes, estressadas e depressivas. A prevenção da obesidade deve ser encarada como algo positivo, porque resultará em peso e condições físicas e psicológicas ideais proporcionando o bem estar de forma geral.



                                                                                                 Post: Aline Fialho



Referências bibliográficas:

MENDONCA, Cristina Pinheiro and ANJOS, Luiz Antonio dos. Aspectos das práticas alimentares e da atividade física como determinantes do crescimento do sobrepeso/obesidade no Brasil. Cad. Saúde Pública [online]. 2004, vol.20, n.3, pp. 698-709. ISSN 0102-311X. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/csp/v20n3/06.pdf.

BERNARDI, Fabiana; CICHELERO, Cristiane and VITOLO, Márcia Regina. Comportamento de restrição alimentar e obesidade. Rev. Nutr. [online]. 2005, vol.18, n.1, pp. 85-93. ISSN 1415-5273. doi: 10.1590/S1415-52732005000100008. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-52732005000100008&script=sci_abstract&tlng=pt.



Um comentário:

  1. Mto bem colocadas as observações acima. Principalmente a parte em que fala da falta de atividades físicas. Continue assim!

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