segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Obesidade na Gestação

           Durante mais ou menos 40 semanas uma série de mudanças ocorrem na vida de uma mulher, tudo isso, para o nascimento de uma criança. O planejamento de uma gravidez, o pré natal, possibilita um acompanhamento médico e nutricional de maior eficiência. Está comprovado que mulheres iniciando sua gestação com baixo peso e ganham peso adequado nesse período, estabilizando seu estado nutricional, reduzem o risco de nascimento de crianças com baixo peso ao nascer.

            Quem nunca ouviu a expressão “você tem que comer por dois”? De fato a mulher precisa comer por dois, mas muitos associam isso à quantidade entendendo que quanto maior o peso e a engorda, melhores condições e força a mãe terá para a gravidez. Mas isso não é verdade, pois o excesso de peso aumenta as chances de complicações e até mesmo morte para mãe e criança.

           Além disso, muitas deixam para se preocupar com o peso ideal só após o parto, e passam a comer com liberdade sem selecionar e quantificar o que come. A ingestão alimentar e as reservas nutricionais da mãe são as únicas fontes de nutrientes para a criança, o que torna de extrema importância o acompanhamento do estado nutricional materno antes e durante a gestação.


          O excesso de peso materno é fator de risco para diabetes gestacional, síndrome hipertensiva arterial, prematuridade, defeitos na formação do feto especialmente no sistema nervoso, aumento de partos cesáreos e complicações pós-parto segundo o Caderno de Atenção Básica disponibilizado pelo Ministério da Saúde.

           O peso pré-gravídico, ou seja, antes da gestação é um dos principais indicadores do ganho de peso ideal para toda a gravidez, vale lembrar que ele não é um valor fixo sendo único para cada mulher. Além de influenciar no peso e saúde do recém nascido, direciona intervenções nutricionais reduzindo possíveis complicações. Abaixo se encontram as recomendações da National Academy of Sciences (1990):
                         IMC pré gestacional: peso habitual antes da gestação (kg)/altura (m)2
 


            Não tem como deixar de lado o incentivo à amamentação. Nessa fase as necessidades nutricionais e hídricas são maiores que na gravidez, para se ter uma idéia, em média a energia necessária para a produção de leite durante os quatro primeiros meses após o parto corresponde ao custo energético total da gravidez. Isso se torna vantajoso para perda de peso, especialmente para mães obesas, mas esse não deve ser o principal objetivo da mãe na lactação. Tal prática é a garantia da nutrição completa para o recém nascido, porque a composição do leite é ideal em termos de quantidade e qualidade de nutrientes. Possibilita também melhor desenvolvimento cognitivo, fortalece o sistema de defesa da criança, controla e previnem diarréias, infecção respiratória e urinária, inflamações no ouvido, meningite bacteriana, alergias, doenças digestivas e ainda diminui as chances de desenvolvimento de doenças crônicas como a obesidade e diabetes, câncer e doenças cardiovasculares.
         Não é dever apenas da mãe todo esse cuidado com a alimentação, mas de toda a família. Assegurando à mãe uma gestação menos problemática e recuperação mais rápida, para a criança formação e nascimento saudáveis e prevenção de doenças crônicas na fase adulta.

         Como curiosidade, abaixo encontra uma tabela que detalha ganho de peso materno durante a gestação de acordo com o componente:
                                                     Post: Aline Fialho

Referências:

Lucyk, J. M.; Furumoto, R. V. Necessidades nutricionais e consumo alimentar na gestação: uma revisão. Com. Ciências Saúde. 2008;19(4):353-363. Disponível em < http://www.fepecs.edu.br/revista/Vol19_4art07.pdf>.

Ribeiro, L. C.; Devicenzi, M. U.; GARCIA, J. N.; SIGULEM, D. M. Nutrição e Alimentação na Gestação. Compacta Nutrição, PNUT/EPM, São Paulo, v 3 nº 2 agosto 2002. Disponível em www.pnut.epm.br/Download_Files/CompactaNutGest.pdf.

 

Ribeiro LC, Devincenzi MV, Garcia JN, Hadler MCCM, Yamashita C, Sigulem DM. Nutrição e alimentação na lactação. Compacta Nutrição. 2003; 4(1):7-22.

 

Caderno de atenção básica n. 12. Obesidade. Ministério da Saúde. Brasília-Df, 2006. Disponível em < http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/doc_obesidade.pdf>.







                               



Um comentário:

  1. Excelente matéria! Como gestante, no quinto mês de gravidez, me deu a noção correta do quanto posso ganhar de peso até o final. Parabéns!

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